Panela com legumes

Contos populares.
O vigário e a sopa de pedra.
Há muitos e muitos tempos passados nos cafundós do sertão nordestino, havia um vigário que costumava percorrer a caatinga montado num jumento e com o guarda sol aberto, para pregar aos fies mais distantes.
Certa feita, já noite feita, o vigário com fome e sem onde se abrigar chegou a uma casa bem distante do povoado. Ao ser atendido pelos donos da casa, o padre pediu comida e abrigo; o que lhe foi prontamente negado! Sem perder a calma e a docilidade o viajante agradeceu e pediu um pouco de água para fazer uma sopa de pedra. Pedras muito boas e suculentas que recolheu no caminho durante a viagem e que davam uma sopa suculenta.
Curiosos os moradores deixaram o padre andarilho entrar na cozinha e lhe deram uma panela de água. O padre colocou uma pequena pedra lavada na panela e levou ao fogão de lenha.
-Isso com bucadim de sal seria ótimo consolo para um estomago vazio- disse o vigário e a dona da casa sem quase esconder o riso lhe deu sal.
- Ah, como uns feijões aqui seriam bons - dizia o padre mexendo a panela. E ganhou uns caroços de feijão da proprietária.
- Um toucinho aqui faria mais sabor - e acabou por ganhar um bom pedaço de toucinho do dono da casa doido para ver o padre comer a pedra...
E assim foi que o vigário acrescentou a sopa, azeite, couve da horta da dona da casa, batatas,alho, cebola, até que a sopa perfumada e suculenta ficou pronta. O vigário se serviu e comeu até a ultima gota sobrando só no prato a pedra.
O dono da casa indagou:
- E a pedra seu padre, num vai comer?
-Não meu filho - disse o padre lavando a pedra -a pedra não é para comer é para aguçar a curiosidade de quem não amolece o coração...
Dito isso o vigário guardou a pedra em sua algibeira e antes de sair tocou em seu crucifixo e abençoou os moradores.
- Inté mais meus filhos! Deus os abençoe!
E foi embora pela estrada com seu burrinho, suas pedras e sua sabedoria
Adaptação do conto popular A sopa de pedra por Nil Lima da Silva

Risco de panelas de legumes para pintar.

















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